quinta-feira, 30 de março de 2023

Houve mar outra vez

 


Passado sábado, mar um pouco zangado, mas deu para espreitá-lo...
Em Leixões é assim, parte-se da marina, passa-se no "mar interior" da bacia do porto e entra-se diretamente no mar alto... 
12 a 15 nós de vento de sudoeste, vaga nos 3 metros e pico...teste da vaidosa vela grande a estrear com o AdV 001 marcado lá em cima..., A genoa fica para o próximo fim de semana, isto é se o novo tambor do enrolador colaborar (e o S. Pedro...)
Bons ventos!

quarta-feira, 29 de março de 2023

Cabo Silleiro


As boas vindas às rias galegas, a despedida também no regresso...
O fim da costa agreste desde Leixões, o paraíso ao dobrar da esquina, devidamente guardado pelas Ilhas Cies, Ons, Sálvora e Cortegada.
Saudades...Galicia me encanta...

segunda-feira, 27 de março de 2023

A Sailing Dream


Contender NED1263 in "A Sailing Dream" from Ron van den Berg on Vimeo.

Contender, uma embarcação de vela ligeira, de 1 só tripulante, de alto desempenho, que foi concebido inicialmente como possível sucessor do Finn. Foi desenhado por Ben Lexcen em 1967, velejador e arquitecto naval australiano que em 1983 projectou a famosa winged keel do Austrália II, que se tornou o primeiro veleiro não USA a ganhar uma Taça America em 132 anos.
Video excelente filmado na costa da Holanda.

domingo, 26 de março de 2023

Recordar "post" de Outubro de 2013: "Moby Dick, um First 210, partida à vista"



Caros Amigos,
Foram 12 anos de leal e total cumplicidade com o extraordinário pequeno, no entanto enorme, veleiro,  Moby Dick de seu nome.
Desenhado pela dupla J.M. Finot e Pascal Conq (groupe Finot), construído pela Bénéteau, foi apresentado ao mercado em 1992 no salão de Paris. O First 210 marcou de imediato uma diferença abismal para a concorrência. A seu lado todos os outros pareciam uma bota da tropa...,marchavam..., mas não era a mesma coisa ...
Logo com as primeiras fotos e avaliações da imprensa especializada, ficou claro que teríamos que o ter. Foi uma questão de tempo. Em 1999 conjugaram-se os astros e concretizamos o projecto.
Não nos enganamos.
Ainda hoje, passados 20 anos e algumas designações comerciais, 210, 211, 21.7 e 20, continua a ser a referência no seu segmento, combinando como nenhum outro um misto de sensações e performance da vela ligeira, com a habitabilidade, segurança e sentido prático de um pequeno cruzeiro.
Na altura era conhecido um em Viana, outro na Figueira da Foz e talvez dois ou três em Lisboa. Como o mercado era curto, fomos a França buscá-lo. A viagem por estrada até Leixões foi sempre a rolar. Uma directa desde Hendaye, com uma volta ao circuito de Vila Real às duas da madrugada à procura de combustível (para o carro), já que o vento era fraco.
Os três meses de espera pela legalização foram uma dureza. Vê-lo estacionado na marina e não poder navegar foi difícil, mas depois foi uma delícia todos os momentos bordo.

Em 2001 participamos no troféu das regatas Atlânticas da Amizade, organizadas pelo Clube Naval de Leça, com a conquista do primeiro lugar que valeu uma bela taça. Há quem diga que nasceu aqui a maldição do Moby Dick: A taça ficou no clube e logo a seguir este ardeu. Nunca mais aceitamos nenhum troféu. O melhor das duas edições do trofeu do CNL foi de facto o convívio com a malta da vela, e as amizades que se criaram com quem partilha da mesma paixão pelo mar e natureza.
O azulzinho dum figa, como dizia um dos nossos amigos, que no Trident se "picava" por ultrapassar o Moby Dick nas nossa aventuras.

Ficará registado nas nossas melhores recordações, uma descida da Póvoa para Leixões, com vento acima dos 15 knts, com o spi em cima e a vela grande toda aberta. Andamento de loucos, nunca baixamos dos 9 knts e com picos de 12 knts nas surfadelas da boa vaga que se fazia sentir, magnífica cavalgadela nas ondas, sempre com uma estabilidade assegurada pelos dois lemes.
Obrigado Moby Dick (e Finot)!
Foram também bastantes horas passadas debaixo do casco a lixar e a aplicar o antifouling. Nestas ocasiões a sua superfície fazia lembrar um petroleiro. O bricolage faz parte do gozo de ter um veleiro!
À bolina, com nortada rija, mantem sempre um leme no controlo. Mesmo adornando quase a 45º, conforme as imagens documentam, a segurança é manifesta. Para a velocidade será melhor rizar o pano, mas o gozo está lá todo, mesmo quando a proa levanta as ondas frias no inverno e molha a tripulação de surpresa.

Foram inúmeros os momentos felizes de convívio com os amigos da vela, nos percursos à vela, nos passeios à Póvoa, ao Douro, à boia da Madalena, ou só dentro da bacia de Leixões. Ao longo destes últimos 5 anos, estes momentos foram sendo documentados no blog e tiradas centenas de fotografias, senão milhares, para mais tarde recordar. Os First 210 e sucessores tem destas coisas, fazem amigos...



Pois bem amigos, já perceberam que somos fãs incondicionais do JM Finot e dos First. E o First 210 só está à venda porque vem a caminho outro First, by Finot.
Temos a certeza de que fará o(s) próximo(s) proprietário(s) tão feliz(es) como nós fomos e se ficar em Leixões continuará com certeza na frota dos “amigosdavela” e no pelotão da frente (os que chegam à mesa mais depressa).
Seguramente que o dia mais feliz da vida do marinheiro não é quando vende o barco. É durante o usofruto. Até pagar a taxa de farolagem é um prazer...

António Soares
Francisco Alba

Nota: com vários milhares de fotos tiradas ao longo dos anos, é sempre difícil identificar o autor de cada foto. Tiago Sousa (curso de fotografia), Fernando Abel, Paulo Lima, Timo, F. Alba e .....De modo a não haver falhas, um agradecimentos aos amigos da vela de todos os tempos!

sábado, 25 de março de 2023

2013, novembro, para recordar...de Vigo a Leixões, Bogavante, actual Moby Dick

 
Repetição de post neste blog em novembro de 2013...
Como o tempo passa...mas como é bom recordar...
A esse post dei o título Dia Grande...

Grande em tudo!
Na duração da viagem, 14 horas, na distância, 72 milhas náuticas, nas condições meteorológicas, mareação em metade da distância contra vento e vaga e debaixo de chuva, na camaradagem da tripulação, mas grande em especial pela chegada do Bogavante ao seu porto de destino, Leixões!
O dia começou cedo em Leça às 5:00 da manhã, ponto de encontro dos amigos Hugo Reprezas, António Bento, Paulo Lima e Francisco Alba, que foram para Vigo para a trazer o First 300 Spirit. A previsão do tempo era de vento fraco que rondaria às primeiras horas do dia para o oeste com rondagem para noroeste ao início da tarde, ondulação na ordem dos 3 metros a cair...
E às 7.15h da manhã estava o Bogavante a sair da marina do Clube Náutico de Vigo, preparado para a grande odisseia. Largadas as amarras e navegadas as primeiras águas até ao primeiro way-point  logo na saída da marina onde as ilhas Cies já se avistavam a cerca de 7,5 milhas. O dia estava com nuvens, algumas pingas, boa visibilidade, tudo indiciava que profecia meteorológica se iria confirmar... Motor nas 2.500 rotações, 6 nós rumo a oeste pela ria fora.
E logo aqui se começou a comer o bolo feito pela querida esposa deste relator, e a seguir a tortilha à espanhola da sua querida mãe Augusta feita para uma tripulação que na sua mais que avalizada opinião e autoridade de quem tem 85 anos, afirmava... com um tempo destes? vocês não tem juízo...
A jornada era longa e era preciso tratar do corpo...
 

Decorridas 1 ou 2 milhas, um vento de sudoeste se fez sentir, justificando a navegação à vela. Mas tão depressa se colocaram as velas ao vento, como o tempo se fez mais escuro e o vento subiu, e a rebentação se avistava em traços brancos lá fora...
Mais uns minutos e rapidamente se verificou que à vela eramos obrigados a tomar um rumo muito fora da rota planeada. Entre chuvisco, vento fresco e crescente, não havia alternativa senão arrear as velas e continuar a motor, felizmente um 18cv Volvo Penta de 3 cilindros, bem dimensionado para o mar e vento que se iria encontrar pela frente.
 
 
Em frente ao acesso para a baía de Bayona, já se avistava o Cabo Silleiro e já se sentia bem a ondulação de noroeste a que se somava a vaga tocada pelo vento de sudoeste, transformando a superfície numa coisa meio tola que abanava o Vogavante por todos os lados e o fazia saltar e cair com estrondo na descida da vaga. Quando o S. Pedro parava para descansar aparecia Neptuno a mandar a enxurrada a partir da proa... Ninguêm se podia queixar da falta de água. Já do vento...ou melhor do quadrante é que a tripulação não estava muito satisfeita: não havia remédio senão progredir a motor. Rondado o Cabo Silleiro e a cerca de 2 milhas da costa, o rumo era para sul (180º).
De Angola, António Soares fazia o acompanhamento telefónico possível da odisseia afirmando que no windguru o vento ia rondar para oeste e depois para norte. Pois, pois, qual oeste?
Até Viana foi sul, vaga, chuva, muita chuva, visibilidade mais que reduzida por vezes, uns curtos intervalos que serviam para uma bucha e esticar as pernas um pouco, vento que por vezes subia a 15 nós (de acordo com registo meteorológica da zona), fresco. A mínima claridade para oeste fazia renascer a esperança da rondagem do vento. António Bento, com a sua experiência desfazia logo a esperança "não me parece...". Que estranha gente esta... Ai se as nossas mãezinhas nos vissem...
Condições algo exigentes para o corpo, mas seguras e mais que mareáveis para o first 300 que se portou lindamente, dando provas que o seu motor é muito bem dimensionado e do seu design que possibilita uma navegação com bom andamento e leme preciso. Inspira e respira confiança...
 
 
Até Viana foram 7 horas de navegação a 4,8 nós de média. Eram 15:15 h quando se decidiu entrar no porto de Viana para pairar por uns minutos no recato da sua bacia, dando folga ao corpo, vazar o depósito suplementar de 20 litros no depósito da embarcação (terá gasto menos de 2/3 do depósito, cerca de 18 litros nestas 7 horas de navegação a 2400 rotações, o que dá cerca de 2,5 litros/hora, média a confirmar), atacar os panados e rissóis, beber, colocar roupa mais seca, preparar a navegação noturna que se esperava até Leixões. Soube bem este break (só faltou o café).
 
 
Uns minutos a pairar no plano reconfortaram o corpo e a alma. A esperança de vento favorável já se tinha ido quando o noroeste subiu, fresco e bom. Navegação à vela finalmente! Pano em cima, saída do porto às 15:30 e uma bolina para fora para apanhar a rota para Leixões.
Viva o vento!
 
 
Navegação sossegada com um rizo à popa e genoa toda cheia,  7 a 8 nós de velocidade permitiam a cada minuto melhorar a média global da viagem. Com Esposende pelo través, a noite caiu e o mar tornou-se mais sossegado, alisado pelo noroeste, só se fazendo sentir a ondulação que ajudava o Bogavante a progredir. Uma noite bonita com algum luar e boa visibilidade. Perto da Póvoa o vento começou a cair, justificando-se ligar o motor e continuar a progressão acima dos 6 nós.
Na aproximação a Leixões, a admiração pela inexistência de qualquer sinal luminoso na monoboia ou na boia de sinalização do adutor (deve estar nos avisos aos navegantes...).
Finalmente chegada a Leixões às 22:15, dando razão ao Paulo Lima que logo de manhã lançava o prognóstico de chegada por volta das 22:00 mesmo sem saber do vento que iria apanhar pela proa.
Uma viagem longa de 14 horas para fazer 72 milhas, dura para o corpo mas rica para a alma.
Aos amigos António Bento, Hugo Reprezas e Paulo Lima, um agradecimento pela companhia e partilha da sua experiência.
Um dia grande, um dia para não esquecer.
Finalmente o sucessor do Moby Dick está em casa!
 
 

sexta-feira, 24 de março de 2023

quarta-feira, 22 de março de 2023

Veleiro Katoosh


Que navegações pelos mares deste mundo destes irmãos brasileiros!
Neste vídeo, a aventura que passaram no Pacífico com a perda de leme...

segunda-feira, 20 de março de 2023

Erik Aanderaa, mais um vídeo!


Como sempre... mais um fantástico vídeo!
Entranha-se, cheira a maresia, sente-se a frescura, vive-se a aventura!
Tanks Eric for sharing! Keep going!

domingo, 12 de março de 2023

Moby Dick II

Tempo de ida a seco para a devida limpeza, inspeção, mudança de zincos, proteção do patilhão e anti-fouling. Todos os anos o tratamento de beleza que se impõe... mais uns dias vai para a água, imaculado, para receber velas novas... com um grande AdV 01 marcado na vela grande...

Veleiro vaidoso...