terça-feira, 16 de julho de 2013

Aventuras do Hurry Can, um POGO I pelo Douro acima.

 
Já na última mensagem tínhamos dado a novidade.
O nosso amigo Paulo Lima com o seu Pogo I em subida pelo Rio Douro. O recorde mundial já não lhe escapa: seguramente o primeiro POGO que percorre o Rio Douro, o melhor destino fluvial da Europa!
Aqui vai o seu relato da aventura!

O Douro é de fato um destino maravilhoso. Vou lá todos os anos e nunca me canso.
À cerca de 3 meses que tencionava levar o Hurry Can para o Pinhão. Tentei marcar as eclusas no IPTM mas nunca consegui. Levantaram problemas por tudo: Elevados caudais, bandeira holandesa, não podia ficar na marina do Pinhão porque estava a ser concessionada... Tentei novamente em Julho e desta foi à primeira!
Saí sexta-feira depois das 20h e tive de retirar o mastro na Douro Marina. Não é barato (€30) mas, de fato, têm serviço. Viajava sozinho e ao aproximar-me da marina o motor foi abaixo sem gasolina. Depois de atestar não pegou. Chamei pelo radio a marina, que atendeu à 1ª, e 2 minutos depois estava a ser rebocado.
Acabei de retirar o mastro já de noite, com ajuda do meu irmão que se juntou à tripulação. Começamos a subir o rio só lá pelas 23h. Avançamos a 3 nós pela ribeira até Crestuma jantando uma bela refeição de sushi. Mais para cima ,com menos corrente, já conseguíamos fazer mais de 4 nós. A Ribeira à noite é sempre bonita mas o resto da viagem até Crestuma também o é. A sinalização ao longo do rio é excelente. Chegamos a Crestuma já tarde e aportamos, de braço dado, num passadiço a 1000m da barragem. Éramos 2. Às 5h da manha juntou-se a nós o meu primo que completou a tripulação de 3 elementos.
Após as 2 horas de sono acordamos às 7h de Sábado para passar a eclusa às 7:30m. Chamei pelo canal 12 e responderam à 1ª, com simpatia. Foi a minha 1ª eclusa e tudo correu bem, passamos sozinhos. O mastro ia pousado em cima do barco e tivemos que ter muito cuidado para não o fazer bater nas paredes laterais.
Continuamos a subir e acostamos perto de Castelo de Paiva, num passadiço junto de uma “Ilha dos Amores”. Praia fluvial e mesas para almoçar, desta vez foi polvo. Os balneários eram gratuitos e aproveitamos para tomar banho.
Seguimos então para Carrapatelo.
Chegamos muito cedo, pois programei a viagem considerando um andamento de 3 nós e estávamos a fazer 4 nós. Não podemos passar logo, por isso voltamos 1000 m para trás, descemos o ferro, e estivemos 1h a dar uns mergulhos. Nadamos depois até à praia fluvial e ai estivemos. A temperatura da água estava excelente! Carrapatelo é a eclusa com maior desnível. A água cai em cascata do outro lado. Impressionante. A mesma simpatia dos operadores da eclusa. Tudo correu bem.
Tínhamos pensado em ficar em Caldas de Aregos, mas como tudo corria tão bem e como queríamos chegar ao Pinhão cedo no Domingo, decidimos ir dormir à Régua. Na Régua a surpresa foi a marina. Os passadiços são fixos e ficam a cerca de 1 – 1.5 metros acima do convés do Hurry Can! O barco não tinha onde acostar!. Tivemos que o prender com 4 cabos um em cada canto e trepar para os passadiços. Estava um palco montado ao lado da marina, e foi festa toda a noite.
Domingo às 7:10h avançamos. Tinha marcação da eclusa para as 12h mas fomos tentar a sorte. Deixaram-nos subir à 8:45h. Desta vez o barco comercial da frente ocupou a parede do lado direito da eclusa e fomos obrigados a ir para bombordo, onde estava o mastro. Alguma atrapalhação e giroete do mastro partida. Chegávamos finalmente à bacia da Régua e estávamos muito próximos do destino final: Pinhão.
Antes disso, o ponto mais sensível da viagem: subir o mastro. Tinha pensado subi-lo numa ponte de um dos afluentes do Douro. Mas será que conseguíamos? Chegamos à foz do Távora e tivemos um surpresa muito boa: existia um passadiço por baixo da ponte. Desta forma podíamos prender a embarcação, pousar o mastro no passadiço e depois de o colocar na vertical colocá-lo em cima do barco. Um tripulante em cima da ponte e 2 em baixo. Em menos de 5 minutos tínhamos o mastro na vertical. Depois foi só passar 3h a passar cabos…
Juntaram-se a nós outros familiares e fizemos o último troço de 1h até ao Pinhão onde “descobri” um maravilhoso lugar na marina junto ao Vintage Hotel. Depois fomos ao restaurante da Gi beber uns canecos (estava 36ºC...) e comer a 1ª refeição quente em 3 dias…Excelente!
Para terminar a aventura voltamos de comboio às 5:30h. Penso agora ir para lá alguns fins de semana, com a família, e gozar o maravilhoso Douro.


Cenas dos próximos episódios:
Como passar para montante da ponte do Pinhão tendo o mastro mais 0,5m do que a altura livre debaixo da ponte?
Mas que vou passá-la vou!


Um grande abraço,
Paulo Lima
 
 
 

1 comentário:

  1. Paulo:
    Parabéns! É uma viagem que gostava de fazer, mas irrealizável no Mookie.

    Se a diferença para a altura a ponte é de apenas 0,5m, há sempre uma táctica que se usa na Ponte da Varela, na Ria de Aveiro e que já vi replicada num veleiro de mais de 12 metros:
    A adriça do spi com um tripulante pendurado a fazer trapézio. Se não for suficiente, dois tripulantes, ou o mesmo na ponta do pau de spi.
    MAs atenção: Alguém tem de controlar a altura da adriça, para manter os tripulantes fora de água. (No veleiro de 12 metros usaram sacos de água, um em cada mastro). Resta saber se com essa inclinação, o Suzuki tem água para trabalhar...
    Abraço,
    Mário (Mookie)

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