Revisitando os arquivos constato
que faz cerca de 3 anos que relatamos neste blog o processo de tratamento das
obras vivas do MobyDick, limpando todas as camadas de anti-vegetativo e
primário que fomos acumulando. Não eram muitas, mas deu luta até se ver o
gelcoat.
Pois agora foi a vez do
Bogavante. Na regata do Infante, a 27 de Junho, já se notava que com ventos
fracos o andamento era insuficiente para acompanhar os pares. Estava há cerca
de dois meses sem nenhum anti-vegetativo, depois de uma lavagem da alcatifa em
Maio. O tratamento que então fizemos ao
MobyDick consistiu em aplicar 4 camadas de selante Epoxy (Gelshield 200 da
International) e 4 de anti-vegetativo (Micron
extra EU, também da International).
A expectativa criada pela leitura do romance que acompanha a nota técnica dos
produtos (parece escrito pelo Syriza...) foi gorada e em vez dos dois anos
prometidos ficamos pelo tratamento anual.
Para o Bogavante, com muito mais
superfície a tratar, resolvemos não ir para produtos caríssimos e de eficácia
não confirmada. Após algumas investigações optamos pela Hempel, mas no catálogo
da “pesca” que disponibiliza embalagens maiores (5 litros) que saem bem mais em
conta. No caso, o fornecedor foi a “Tintas e Pinturas” em Viana do Castelo, (tintasepinturas@sapo.pt) que através
do sr. Manuel Santos disponibilizou o apoio necessário.
Primeiro a limpeza da praxe, até
ao gel-coat, que se revelou em excelente estado. Apresentava meia dúzia de
bolhas na popa, por cima do leme, mas que depois de abertas deixaram ver o
laminado bem seco.
Optamos então por aplicar 3
camadas de primário epoxy (Light Primer da Hempel), com 4 nas zonas mais
críticas (proa, linha de água, quilha e leme). Para este tratamento usamos uma
lata de 5 litros mais uma de 0,75l. Tratando-se de um sistema bi-componente, a
gestão das partidas de mistura torna-se mais delicada por ter que se considerar a temperatura ambiente (pot-life) e o consumo
por demão, gerando algum desperdício. Não fora este, os 5
litros chegavam seguramente e poupava-se uma viagem a Viana.
Entre camadas de primário levou
betume epoxy (Watertite da International) para reparar as tais bolhas abertas e
também algumas irregularidades da superfície da quilha, que também se
apresentava bem seca.
Depois desta fase, com o barco
todo branquinho, bonito, hesitamos em continuar ou deixa-lo assim (fora de
água, talvez na sala de jantar….).
Para o Anti-vegetativo hesitamos
qual sistema devíamos usar, mas após rever as experiencias anteriores
decidimos que seria necessário fazer todos os anos e optamos pelo Olympic da
Hempel, que vem em embalagens de 5 litros. Não é da gama Yacht (o que baixa
logo o preço) e temos boas referências. Já que a lata estava comprada, foi todo
aplicado, chegando para 4 demãos.
Durante a operação voltamos à
grua para reposicionar o Bogavante no berço e permitir tratar devidamente as
bandas de apoio e evitar lançar o barco à água com anti-vegetativo ainda não
curado nestas zonas (como é frequente ver nestas paragens).
Para finalizar o trabalho
trocamos os zincos do veio e hélice que desapareceram quase completamente no
intervalo de um ano. A vigiar mais frequentemente.
Daqui a um ano veremos se o
sistema aprova. O próximo projecto é a afinação
do mastro. A investigação em está curso e o relato prometido para mais tarde. A cosmética nas obras mortas e
deck serão continuadas a nado.
Navegar é preciso…
Bons Ventos!
António Soares.
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