segunda-feira, 20 de julho de 2015

Bogavante, pintura do casco


Revisitando os arquivos constato que faz cerca de 3 anos que relatamos neste blog o processo de tratamento das obras vivas do MobyDick, limpando todas as camadas de anti-vegetativo e primário que fomos acumulando. Não eram muitas, mas deu luta até se ver o gelcoat.
Pois agora foi a vez do Bogavante. Na regata do Infante, a 27 de Junho, já se notava que com ventos fracos o andamento era insuficiente para acompanhar os pares. Estava há cerca de dois meses sem nenhum anti-vegetativo, depois de uma lavagem da alcatifa em Maio. O tratamento que então fizemos ao MobyDick consistiu em aplicar 4 camadas de selante Epoxy (Gelshield 200 da International) e 4 de anti-vegetativo (Micron extra EU, também da International). A expectativa criada pela leitura do romance que acompanha a nota técnica dos produtos (parece escrito pelo Syriza...) foi gorada e em vez dos dois anos prometidos ficamos pelo tratamento anual.
Para o Bogavante, com muito mais superfície a tratar, resolvemos não ir para produtos caríssimos e de eficácia não confirmada. Após algumas investigações optamos pela Hempel, mas no catálogo da “pesca” que disponibiliza embalagens maiores (5 litros) que saem bem mais em conta. No caso, o fornecedor foi a “Tintas e Pinturas” em Viana do Castelo, (tintasepinturas@sapo.pt) que através do sr. Manuel Santos disponibilizou o apoio necessário.
Primeiro a limpeza da praxe, até ao gel-coat, que se revelou em excelente estado. Apresentava meia dúzia de bolhas na popa, por cima do leme, mas que depois de abertas deixaram ver o laminado bem seco.

 
Optamos então por aplicar 3 camadas de primário epoxy (Light Primer da Hempel), com 4 nas zonas mais críticas (proa, linha de água, quilha e leme). Para este tratamento usamos uma lata de 5 litros mais uma de 0,75l. Tratando-se de um sistema bi-componente, a gestão das partidas de mistura torna-se mais delicada por ter que se considerar a temperatura ambiente (pot-life) e o consumo por demão, gerando algum desperdício. Não fora este, os 5 litros chegavam seguramente e poupava-se uma viagem a Viana.
Entre camadas de primário levou betume epoxy (Watertite da International) para reparar as tais bolhas abertas e também algumas irregularidades da superfície da quilha, que também se apresentava bem seca.
Depois desta fase, com o barco todo branquinho, bonito, hesitamos em continuar ou deixa-lo assim (fora de água, talvez na sala de jantar….).

 
Para o Anti-vegetativo hesitamos qual sistema devíamos usar, mas após rever as experiencias anteriores decidimos que seria necessário fazer todos os anos e optamos pelo Olympic da Hempel, que vem em embalagens de 5 litros. Não é da gama Yacht (o que baixa logo o preço) e temos boas referências. Já que a lata estava comprada, foi todo aplicado, chegando para 4 demãos.
 
Durante a operação voltamos à grua para reposicionar o Bogavante no berço e permitir tratar devidamente as bandas de apoio e evitar lançar o barco à água com anti-vegetativo ainda não curado nestas zonas (como é frequente ver nestas paragens).
 
 
Para finalizar o trabalho trocamos os zincos do veio e hélice que desapareceram quase completamente no intervalo de um ano. A vigiar mais frequentemente.
 
Daqui a um ano veremos se o sistema aprova. O próximo projecto é a afinação do mastro. A investigação em está curso e o relato prometido para mais tarde.  A cosmética nas obras mortas e deck serão continuadas a nado.
Navegar é preciso…
Bons Ventos!
António Soares.

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