Na qualidade de correspondente do Blog amigosdavela, tive o
prazer de visitar o Salon Nautique de Paris (www.salonnautiqueparis.com), o
qual decorreu de 8 a 16 deste mês de Dezembro. Salão composto por 4 pavilhões
(Dusseldorf terá 12 pavilhões) com um deles consagrado apenas à Vela. Fui
inclusive recebido pelo Alcaide de Boiro que teve a delicadeza de me oferecer
variadas publicações sobre Boiro e Galiza. Portugal não estava representado.
Apesar de muito animado, muitas marcas de veleiros não
estiveram presentes, reservando-se para Dusseldorf. Marcas como a Beneteau,
Jenneau e Dufour marcaram presença com os seus stands mas não, por exemplo, a
Bavaria ou a Hanse. Outros optaram por uma presença menos dispendiosa, por
exemplo a Pogo tinha um stand apenas com miniaturas representativas da gama.
Foi a minha primeira feira e procurei focar-me nos barcos que
representam apenas o “desejo”, ainda que muitas vezes longínquo, e desviar o
olhar dos barcos de “sonho”, o que não é fácil. Assim, foquei mais atenções nos
barcos à vela mais pequenos, nomeadamente nos 35 pés.
De fato, estar num barco
ao vivo é muito diferente da perceção que temos quando analisamos um catálogo.
Vim para a feira com a ideia de que o Beneteau Oceanis 35.1 era a melhor
escolha para o meu programa de vela, numa lista à frente do Dufour 360 GL e do Jeanneau
Sun Odissey 349, para depois da visita à feira alterar completamente esta lista
de prioridades. O Oceanis apesar de ter uma boca maior (3,72m), parece pequeno no
interior porque o WC avança para vante das escadas e não tem mesa de cartas. No
entanto, o Dufour 360 tem mais espaço interior e parece melhor acabado. Este
modelo não tem back-stay mas vaus com o ângulo maior para a popa. Alem disso,
dispõe, em opção de um grelhador e lavatório na popa, que poderia rivalizar com
o Brise de la Mer no fim dos nossos
passeios… O layout de duas cabines seria a minha opção para permitir manter a
mesa de cartas, até porque um 35 pés, só com um wc para 3 casais, parece
curto. O desenho com duas rodas de leme é, em todos eles, fascinante.
Dos veleiros mais comerciais (excluindo os tais barcos de
sonho) o que me chamou mais atenção foi o Jenneau Sun Odissey 410, com um
projeto muito bem pensado e agradável, com varias soluções distintivas da
concorrência. O desenho do interior inova com uma "chaise longue" virada para as
escadas (para o exterior) que permite uma vivência dentro do barco
interessante. Outra solução, a qual não tenho dúvidas que será seguida por
outros fabricantes, é a possibilidade que tem o skipper de passar da ré, atrás
da roda de leme, para o convés/corredor lateral em rampa. Solução inovadora num
barco com esta dimensão e que permite uma utilização do barco de uma forma
muito mais agradável pela tripulação e pelos convidados. Curiosamente no
interior os quartos não são sacrificados com este rebaixamento do teto.
Duas referências para os barcos de sonho:
Solaris e
CapeCod. O primeiro é um cruzeiro rápido com um deck super flat e super clean e o
segundo um dayboat, clássico, super elegante.
Na feira estavam presentes várias editoras náuticas, algo
que infelizmente não encontramos facilmente em Portugal. Acabei por comprar um
livro sobre táticas de regata, algo bastante útil para os nossos passeios
mensais à bóia da Madelena...
Entretanto, muitos outros stands mereceriam atenção mas face
aos imperativos editoriais apenas refiro brevemente alguns outros: Um barco desmontável
em 3 secções que se arrumam na mala do carro; uma canoa com vela; uma canoa
equipada para ir à pesca; uma tela antifouling; miniaturas fabulosas com preços
a partir dos 1500 euros e simuladores de vela… Brinquedos para todos os gostos
e necessidades.
Agora, gostaria de ir era a Dusseldorf em janeiro!
Paulo Lima
Mais fotos...
Vamos todos a Dusseldorf
ResponderEliminarEra menino para isso...
EliminarSonhar, planear, realizar... partilhar!
ResponderEliminarJá tenho bilhetes, alguém mais quer vir?
ResponderEliminarunknown...
EliminarParabéns Paulo e obrigado pela partilha!
ResponderEliminarConectividade e monitorização
ResponderEliminarA Dufour propõe ainda um painel de instrumentos com um ecrã táctil que pode fornecer informação relevante tal como: posição de gps; carga de baterias; nível de combustível; nível de agua nos tanques; temperatura; (…) Por uma questão de segurança existem botões redundantes físicos por trás do painel, o qual pivota para a frente.
À semelhança do que já acontece em alguns equipamentos industriais e em alguns automóveis Esta informação pode ser ainda visualizada online num telemóvel, tablet ou em qualquer computador, não importa onde esteja!
https://www.w-yacht.no/wp-content/uploads/Detaljer-Dufour-Grand-Large-390-og-430-nye-modeller.pdf
http://www.dufour-yachts.com/community
Uma tendência que já vem dos anos anteriores é a cor das madeiras claras, resultando em maior luminosidade interior. Os acabamentos são, no entanto, mais aligeirados, suprime-se mesa de cartas e muitos dos barcos atuais apresentam um interior, muitas vezes bem resolvido, mas cada vez menos marinheiro e assemelham-se cada vez mais “roulotes”. O aumento da boca dos cascos, que se prolonga agora até à popa, permite a solução das duas rodes de lemes, que é fantástica. No entanto, no interior não encontro grande aumento de habitabilidade.
ResponderEliminarConclui que o meu First 35s5, com interiores de Philippe Stark, em mogno escuro, banca em mármore, mesa de cartas e portas curvas, merece toda a atenção na sua recuperação, é sem dúvida e sem falsa modéstia um barco “a sério”!