Golfinhos, os maiores protagonistas desta viagem da Galiza (Moâna, Ria de Vigo) a Leixões.
Entre Viana do Castelo e Póvoa por 2 vezes nos apareceram e longamente nos acompanharam, ajudando com a sua alegria e movimentos a quebrar o cansaço desta longa viagem, por sinal a menos demorada de todas as que o Moby Dick já fez nas suas idas e regressos para e da Galiza. E já quase na chegada com Labruge por través, mais um encontro imediato com estes seres fantásticos...
Desta vez foram 12,5 horas para percorrer as 72 milhas náuticas do costume, contra as 14 a 15 horas que a odisseia tem demorado. Corrente a favor de 0,5 a 1 nó, vento favorável entre os 3 e os 7 nós, mar literalmente chão e as 2300 rotações do vento do porão, só reduzidas por momentos para se meter e se transferir mais gasóleo para o depósito do motor (ao largo de Viana do Castelo), foram os fatores que explicam o feito, colocando a média numas "estonteantes" 6 milhas náuticas...
E se o andamento foi bom e o programa das festas com as visitas dos golfinhos foi excelente, a dureza da "prova" manteve-se, pois para além de ser feita em parte em horas que se devia estar a dormir... a névoa e nevoeiro que se apanhou desde antes da alvorada, bem húmidos por sinal, até umas longas horas depois e com reduzida visibilidade, a cuidados redobrados obrigou, não dando tempo para descanso que se visse.
Com saída às 3h00 da manhã (hora portuguesa) de Moaña, a noite limpa com Lua cheia só se fez sentir dentro da Ria de Vigo, tendo caído uma névoa de baixa altitude já próximo da saída, bloqueando completamente a luz da Lua, mas que felizmente nos deixava adivinhar de forma tímida as luzes da costa a partir do cabo Sileiro quase até ao Rio Minho, que passamos sem ver os contornos da sua foz e o famoso Monte de Sta Tecla.
Importa partilhar que os patrões deste Moby Dick (Francisco Alba e António Soares) se deslocaram em autocarros de carreira para chegarem do Porto a Vigo (com passagem por Braga...), e daqui para Moaña nas embarcações de transporte público. Tudo somado, foi odisseia para 5 horas...
Quem corre por gosto não cansa... mas as "Santas" cañas fizeram milagres no processo de recuperação psicológica para a jornada noturna e marítima que se adivinhava...
Mas continuando...
Nascido o dia e sem sol à vista e debaixo de uma névoa imensa que se "descolava" do nível do mar, o tempo era para cuidar da navegação (o piloto automático de serviço ao leme e o motor a fabricar vento), receber os golfinhos quando nos apareciam, dar tratamento do físico dando vazão às empadas e sandes armazenadas a bordo com uma cervejita ou outra... e para jogar um "jogo muito interessante" que é fugir dos aparelhos de pesca... (parecem campos de minas mal assinalados, em especial a norte de Viana a norte e sul da Póvoa até Angeiras.
E as horas foram passando.
Porto de Viana do Castelo lá se conseguiu vislumbrar, a seguir as Torres de Ofir mais a sul, e logo a seguir as torres da Póvoa de Varzim, numa visibilidade crescente que fazia acreditar que ainda veríamos o sol antes de chegada. Afinal chegou mas só pelo través de Angeiras, apresentando-se já o céu azul a norte. Passagem por Labruge e Leça já com pleno sol, onde por VHF contactamos alguns amigos da vela (AdV) que naqueles mares teneborosos de Leixões costumam velejar (o chamado Mare Nostrum dos AdV que se limita desde tempos antigos por um triângulo de encantamento assinalado pela monoboia a Norte (só está agora a posição assinalado na carta), o cargueiro mais a oeste fundeado (se houver...), e o fim do mundo marcado pelas famosas boias da Madalena, praia entenda-se).
Às 15h30 entrou o Moby Dick no seu lugar da marina, dando fim a mais uma história de navegação para contar e aqui registar.
Galicia encanta...
Obrigado Moby Dick!
Nota: noutro post será publicado vídeo com os golfinhos...
Maravilha meu amigo! Assim vale a pena viver e há que aproveitar porque a vida passa depressa. Um Abração.
ResponderEliminarBons ventos