segunda-feira, 22 de julho de 2024
quarta-feira, 17 de julho de 2024
"To do something with creativity and love"
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso,
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos,
que em oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho alacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que foça através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara graga, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, paço de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão de átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que o homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
Pedra Filosofal – António Gedeão
terça-feira, 9 de julho de 2024
Até sempre!
Quis o destino que que a vida deste amigo da Póvoa se cruzasse com a vida dos Amigos da Vela em Leixões, onde aí teve o veleiro Olimaq até o vender, e comprar mais tarde o clássico Freya, um Colin Archer de 1984, sobre o qual neste blog fiz vários "posts", acompanhando a sua recuperação até ser lançado à água.
Amigo Camilo, obrigado pelos tempos de convívio e amizade, agora na hora na tua última viagem, bons ventos também!
E para recordar... um dos posts de 2017:
Dia grande, este passado Sábado!
Um tempo fantástico de verão fora do tempo, um dia de vela e de confraternização de amigos da vela entre mares de Leixões e Póvoa, um dia de boas-vindas na água que se impunha ao FREYA, veleiro tradicional recuperado por nosso amigo que neste blog várias vezes citamos.
E o dia grande começou em Leixões onde uma poderosa frota de 7 naus (mais 2 representadas a bordo) se armaram para rumar a norte até às águas da Póvoa. Muitos mais amigos não se puderam juntar a esta terrível armada mas isto de compatibilizar meteorologia, agenda pessoal e licenças familiares... é coisa sempre difícil!
Dobrada a barra de Leixões, a Póvoa se anunciou lá longe a mais de 13 NM. Um dia claro, anormalmente quente para a época, com visibilidade fantástica, mar chão, sol, vento de leste fraco que tanto aparecia como desaparecia e que empurrou as elegantes naus para norte... Quando nos poços se caía, o vento de porão entrava alegremente ao serviço, pois o encontro com o FREYA a meio caminho se impunha e a hora de almoço era coisa que não se podia negociar...
O encontro prometido com o FREYA se deu pelo través da praia de Mindelo. A frota agrupou-se, as homenagens fizeram-se, aquele fantástico veleiro revelou-se ao vivo, que "coisa" bonita! Agrupados e com o vento de porão ao serviço e com o Freya no meio, se cumpriram as últimas milhas até à Marina da Póvoa onde, como sempre, fomos carinhosamente recebidos. Obrigado!
E com leste fomos à Póvoa e com leste almoçamos... no restaurante Anastacia, situado na marina. As vistas são de encantar, as águas da marina e do Atlântico logo ali, instalações agradáveis, enfim um local que sabe sempre bem revisitar. Depois de boa cerveja, boa conversa e muitos brindes, era hora de regressar a Leixões.
O vento tinha rondado para o quadrante norte mas fraco, as velas ajudaram, mas a preciosa ajuda do vento do porão foi decisiva para se chegar a Leixões por volta das 19h00 com o por do sol.
Dia grande, alma cheia... viva o mar, viva a vela, viva os amigos!
O que se leva desta vida é a vida que se leva...
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