quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Cabo das Tormentas

Há bastante tempo que a secção do hemisfério Sul não dava notícias. Pois aqui vai a primeira de 2014 com os votos de um Feliz Ano para todos os amigosdavela.
Este final de ano aproveitei para fazer uma visita cheia de significado para os navegadores portugueses, revisitando alguns lugares históricos nas proximidades de Cape Town, reputadamente uma das mais belas cidades do mundo. O programa era cheio mas foi cumprido integralmente!
 
 
Visitar a cidade com a famosa Victoria & Alfred WaterFront, zona portuária recuperada e que combina actualmente a actividade industrial de um porto com estaleiros a funcionar e a actividade de lazer, marina, residências, hotéis, restaurantes e shoppings, que são o ex-libris urbano da cidade. Muita animação que culminou numa passagem de ano diferente.
 
Visitar o ex-libris natural, a Table Mountain, uma das 7 maravilhas da natureza (http://world.new7wonders.com/the-new7wonders-of-nature/table-mountain-south-africa/), que proporciona uma vista deslumbrante sobre a cidade, a baía e sobre a península do cabo, com vista quase até ao Cabo da Boa Esperança. Os Sul Africanos (e o mundo) devem estar gratos aos portugueses (por muito que custe aos nacionalistas mais acirrados) por nunca terem mostrado interesse em colonizar estas terras. Felizmente que deixaram esse trabalho para os Holandeses e posteriormente Ingleses. Imagino o que seriam agora Angola e Moçambique se tivessem tido a mesma sorte.

Depois de Cape Town impunha-se uma passagem pelo Cabo da Boa Esperança. Curiosamente é uma protuberância menor no imponente maciço rochoso do Cape Point, que é a ponta sul desta península que fecha a oeste a False Bay. A subida ao farol que encima o cabo é feita por um funicular (ou a pé) e abre uma paisagem espetacular com vista privilegiada sobre o Cabo da Boa Esperança e sobre a “Dias Beach”. Regista-se a presença de dois cruzeiros portugueses, o “Dias Beacon” e “da Gama Monument”, que serviam de referências de navegação assinalando alinhamentos de aproximação do lado da False Bay.


Ultrapassado o cabo, agora da Boa Esperança, tinhamos que avistar o Indico e banharmo-nos nas suas águas temperadas (depende do padrão) em contraste com as frias águas do Atlantico. O cabo Agulhas (cape l´Agulhas) é o ponto mais a sul do continente africano e marca a separação dos dois oceanos. Outra curiosidade que descobri é que este nome se deve ao facto de aqui o desvio magnético ser nulo (descoberto pelos navegadores portugueses) e portanto a agulha aponta o norte verdadeiro.
A viagem não estaria completa sem um mergulho com os “Great White Sharks”. O mergulho em Gaansbai foi cancelado por excesso de vento que agitou em demasia as águas. Como já estava avisado, deixei alguns dias de reserva para nova data e dois dias depois lá conseguimos o mergulho. A visibilidade continuava reduzida mas tivemos a sorte de ver de perto vários magníficos monstros. O registo fotográfico é pobre mas a experiência fica.

O resto da viagem permitiu descobrir o país vinhateiro com um clima e também algumas paisagens similares aos nossos. A oferta hoteleira é excelente, o serviço perfeito e preços mais baratos do que em Portugal. Em suma, recomendo vivamente umas férias nestas paragens.
 
De regresso a Cape Town para a passagem de ano fizemos ainda uma visita calma às muitas atracções da cidade, com destaque para o excelente Museu de História Natural, que exibe uma colecção notável de mamíferos (marinhos e terrestres) e também dinossauros, com destaque para os africanos.

Infelizmente as férias têm um fim e não deu para ficar até dia 4 para acompanhar ao vivo a partida para a regata Cape Rio 2014, mas deu para ver alguns interessantes barcos participantes.
Com os votos de um excelente 2014 para todos os amigosdavela!
António Soares

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