Caros amigos do Hemisfério
Norte!
Há já algum tempo que não há relatos da actividade vélica, mas,
compreendam, aqui não temos nenhum redactor como no Hemisfério Norte. O clima é
menos dado à escrita….
Desde o último relato já
decorreram duas regatas ao Mussulo, com a devida pernoita nos Irmãos da Costa.
No dia 8 de Março, sexta
feira, a largada foi na contracosta da ilha de Luanda, descida até ao farol das
Palmeirinhas e subida até ao Mussulo. O mais difícil foi encontrar a boia de
chegada, no escuro e com a boia em mau estado e sem luz. O Sábado foi para
descansar desta trabalheira toda e ficamos por lá a ver o tempo a passar e a
tentar evitar o vírus da cuca.
No domingo o regresso foi
com vento fraco, mas suficiente para encher o balão. E lá ganhamos mais um belo
fim de semana.
No curto fim de semana de 6
de Abril, mais uma “mussulada” aos Irmãos da Costa. O sábado amanheceu com uma valente
chuvada que inundou Luanda e provocou inúmeros estragos e bloqueios na
circulação. Felizmente que uma horita depois já estava transitável e o céu a
descobrir. Infelizmente o vento manteve-se fraco e algo instável. Foi a regata
do quase.
Desta vez a largada foi
dentro da baia. O vento fraco e do quadrante sudoeste apontava para uma largada
com balão ao alto, pelo que resolvemos enrolar a genoa e içar balão. Já depois
do sinal dos 10 minutos o vento ronda para nordeste e obriga-nos a recolher o
balão e desenrolar a genoa. Ainda não tinha arrancado e já estava a dar uma
trabalheira. Próximo da saída da baia preparamos o gennaker para içar logo após
a rondagem da ilha do cabo. Mais uma trabalheira. Mas antes da rondagem, o
vento antecipa-se e ronda também para sudoeste e a descida é novamente à
bolina, até chegar ao canal de entrada no Mussulo. O vento foi fraquejando até
cair mesmo a zero. Aqui no canal andamos ao sabor das correntes, tendo passado
a bóia de entrada pelos menos uma três vezes. Foi uma luta renhida, mas
finalmente a bóia ganhou, com grande mestria diga-se de passagem. Bolinava
melhor que nós, apesar de um rating bastante desfavorável. Sem vento e com
correntes da maré vazante contra, anulou-se esta perna da regata.
Dirigímo-nos
ainda com luz natural à baia em frente aos irmãos da costa para mais um repasto
bem regado. Infelizmente as fortes
chuvadas que se instalaram provocaram uma enxurrada de tudo o que flutua nas
linhas de água de Luanda, inundando a baia do Mussulo de tal forma que nem
publico fotos por decoro.
No Domingo, após um almoço a
bordo, já com um vento decente, fizemos uma partida à bolina, subimos a
contracosta com vento pela popa, entramos na baia de Luanda e descemos até à
Marina.
Bons Ventos!
António Soares
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